quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS SINOS DE NATAL


Pr. Clóvis Cunha
Estamos nos aproximando da festa magna da cristandade, o Natal. As luzes já começaram a acender; as lojas com suas vitrines ornamentadas já começaram seus apelos ao consumismo de fim de ano. Tudo se encaminha para o momento em que os sinos haverão de tocar e vozes se ouvirão em cumprimentos de “Feliz Natal”. No entanto cabe-nos uma reflexão neste momento! Será que os sinos do Natal não tocaram durante todo o ano, em seus quase trezentos e sessenta e cinco dias? Ou será que nós, os festeiros de fim de ano não os ouvimos tocar?
Sim os sinos tocaram durante todo o ano!
Eles tocaram ao som do choro da criança que em desespero de fome não teve o que comer, porque o pai desempregou, e as portas do trabalho se fecharam para ele durante uma boa parte deste ano. Eles tocaram, quando o trabalhador após uma jornada exaustiva tinha em suas mãos um salário que mal podia fazer frente às suas necessidades básicas, bem como às de sua família, e isto o levou às lágrimas. Eles tocaram sim, quando pessoas, como eu e você, que tem sangue nas veias, um coração que sente e reage, uma mente que raciocina mas por causa de um sem números de atributos foram discriminadas e deixadas de lado como se não fossem gente. Ah! Eles tocaram quando a oportunidade para fazer o bem se apresentou a nós, mas achamos melhor trocar o certo pelo vantajoso.
Embora os sinos tenham tocado quando a criança chorou de fome, quando o pai tinha em mãos um salário que não lhe satisfazia as necessidades básicas, quando muita gente foi discriminada nesta Nação, ou quando as oportunidade para o bem aconteceram e as desprezamos, houve um sino que tocou insistentemente toda vez que um anunciador de boas novas falava de Jesus Cristo, o motivo de nosso Natal. Quantas vezes você ouviu este sino tocar durante este ano?
Este sino da Boa Nova trás no seu som a proposta de mudanças; de alternativas para o nosso estado presente. E não estou falando apenas do ponto de vista social, econômico, ou financeiro, mas principalmente do ponto de vista da alma, do coração de onde brotam as saídas da vida. Porque se o nosso coração estiver em paz, teremos paz para dar. Se tivermos uma consciência ética, poderemos ser exemplos. Quando leio o que o Profeta Jeremias escreveu em suas Lamentações dizendo - “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” ( Lm 3:21), isto me leva a um desafio, qual seja, pensar como estão afinados os meus ouvidos para ouvirem o toque dos sinos do dia a dia. Por isto convido-o a refletir comigo neste dias que se aproximam do Natal: Como temos ouvido os sons dos sinos?
Sem dúvida que o choro da criança, a tristeza do chefe de família, a marginalização de um semelhante, e outras coisas mais, não tem causado em você o mesmo impacto de quando você os presenciou, mas quero, ao finalizar esta breve reflexão, desafia-lo a pensar em como será o seu 2010, se você continuar nesta mesmice, de ouvir os sinos de Natal só em dezembro de cada ano?
Um abençoado Natal para todos, e que as alegrias deste dia acompanhem cada um dos 365 dias do Ano Novo.

Abraço e bênção,
Pr. Clóvis e Hilda

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

QUE TAMANHO É SUA BÍBLIA?


Esta é uma pergunta que tenho feito com freqüência quando prego na Igreja. Mas é também uma pergunta que não é minha; eu a ouvi dos lábios do Irmão André, O Contrabandista de Deus, em 1980, numa de suas conferências sobre o trabalho desenvolvido pela Missão Portas Abertas junto aos países restritos ao Evangelho.
Por outro lado esta pergunta não diz respeito ao tamanho do Livro, se não ao tamanho do conteúdo que cada um de nós temos, da Escritura, tanto guardado em nosso coração como em nossa mente.
È comum lermos, hoje em dia, nos veículos que circulam por nossas cidades, textos da Bíblia que expressam esperança, e muitos deles são usados como amuletos para dar sorte ou coisa que o valha. No entanto o que precisamos buscar urgentemente é o convívio com a Escritura, deixando-a gravada em toda a extensão de nossa vida. Esta Palavra que é vida para o nosso corpo e saúde para os ossos, precisa ser também a bússola orientativa para nossa caminhada no dia a dia de cada um.
Imaginemos um confisco das Bíblias que dispomos, e a necessidade de escrever o texto sagrado para que outros possam ler e ser edificados! A quantidade de versículos e porções da Escritura que temos em nossa mente, ocuparia quanto de papel? Quais os versos que descreveríamos para que o outro fosse edificado?
É trabalhando com esta hipótese que precisamos avaliar a quanto anda nossa leitura, meditação e estudo da Palavra. Gasta-se tempo com tanta coisa durante os 86.400 segundos a nós confiados diariamente, mas quanto deste tempo temos investido no contato prático e produtivo com a Escritura?
O Senhor Jesus, e mais tarde o apóstolo Paulo deixam-nos um modelo de que é a partir do estudo, leitura e meditação da Escritura que vai se estabelecendo um relacionamento com Deus, a ponto de nos tornarmos íntimos dEle.
A Bíblia é o retrato falado de Deus, como o temos conhecido?
Leia a Bíblia e faça desta atividade um hábito em seu dia a dia. Aproveite para começar um ano novo com o propósito de ler TODA A BÍBLIA em 2006.
E que Deus o abençoe nesta importante empreitada.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perdendo Jesus


Nas páginas da Bíblia, entre muitas situações, encontramos um fato envolvendo Jesus Cristo e seus pais – Evangelho Segundo Lucas 2:42-49.


Anualmente todo bom judeu, antigamente iam até Jerusalém para participarem de uma festa religiosa. Como fora criado como um judeu, Jesus foi levado com seus pais até Jerusalém. Durante o caminho de volta seus pais notaram que Ele não estava mais junto deles.


Que desespero? Perder Jesus! Perdermos o Salvador do Mundo. Perdermos aquele que é o único caminho que leva-nos até Deus.


Isso mesmo em muitas festas religiosas em que estamos cansados de participar, nem nos damos por conta, que já perdemos Jesus. São tantas as músicas, os discursos, as modas, os quitutes, as pessoas, que acabam nos distraindo, na verdade distanciando dessa pessoa tão maravilhosa.


Não foi diferente com os pais de Jesus. Em determinado momento perceberam que estavam sem Ele. Procura aqui, procura acolá, e agora? Onde seus pais O achariam novamente. Diz o texto Sagrado que já estavam distante o caminho de um dia. E isso era uma distância razoável para aquela época.


Procurando entre os peregrinos do mesmo caminho, agora não mais um dia, mas três dias, recebem a informação que viram o menino no templo. Indo até o templo, o encontraram entre os mais sábios mestres da lei, não somente ouvindo-os mas, também os ensinando.


Sua mãe como qualquer outra mãe, reage impondo-lhe limites, questionando: por que procedestes assim para conosco, pois estamos ao longo do caminho te procurando? Por Sua vez Jesus responde: Não sabeis que eu devia estar na casa de meu Pai? Com isso seus pais silenciaram.


Toda esta maravilhosa história, além de outras infinitas verdades, pois a Palavra de Deus é um manancial inesgotável de palavras, mostra-nos que muitas vezes nós, envolvidos com o corre-corre da vida poderemos perder Jesus. Embora envolvidos com a religião, sua prática, seus preceitos, podemos nitidamente perder aquele que é a vida.


Mas também aprendemos uma lição, se perdermos Jesus o lugar de achá-Lo é na igreja, e quando falo de igreja me refiro ao corpo de Cristo, esse formado de vidas, juntas e medulas, tendo como cabeça o próprio Senhor Jesus Cristo.


Muitos querem Cristo, mas não querem a igreja. Não existe vida para o corpo se um está desligado ao outro. Para termos a vida de Cristo precisamos estar ligados ao Seu corpo, a igreja.


Os pais de Jesus O perderam, mas o encontraram no templo, ainda que caminharam um bom caminho, acabaram encontrando-O. Quem procuram sempre acha, não é assim que costumamos a falar? Pois bem, procure-O, e você terá a grata surpresa de deparar-se com a essência da vida, com o Autor da Vida.


Muitas pessoas ignoram completamente o poder da igreja, ou até mesmo a consideram falida. Mas o corpo de Cristo ainda continua sendo a manifestação da mão de Deus em meio a este mundo. Igreja não é a instituição, não é a entidade, o clube ou a fraternidade, igreja é algo vivo, transformador, contagiante.


Pr. Moisés Brasil Maciel
Araranguá - SC

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

QUANDO PENSAMOS QUE TEMOS TODAS AS RESPOSTAS, A VIDA MUDA A PERGUNTA


Pr. Clóvis Cunha

Teria sido um dia como outro qualquer para Nicodemos, não fora aquela noite que ele inventou de ir ter com Jesus. Um estudioso e sábio, um mestre, que de repente vê a vida formulando-lhe questões que ele particularmente nem imaginava que pudessem ser formuladas: “Importa é nascer de novo, Nicodemos”.
Teria sido um dia como outro qualquer na vida de Saulo de Tarso, não fora aquele meio-dia, especialmente claro e confuso ao mesmo tempo, quando lhe é formulada uma questão para a qual ele não teria outra resposta a não ser: “Que queres que eu te faça?”.
Teria sido um dia como outro qualquer para o grupo de acusadores da adúltera, pega em flagrante adultério, não fora a presença do Mestre entre eles e a mulher, formulando-lhes um questão, que jamais a lei permitia que passasse pelas mentes religiosas deles: “Quem não tiver pecado, seja o primeiro a apedreja-la!”
Teria sido um dia como outro qualquer para a mulher samaritana, não fora Jesus, contrariando todos os conceitos da época, ter passado por dentro de Samaria, e ter parado para conversar com ela. E ter levantado uma questão que nunca rondou a mente daquela mulher sofrida e angustiada:” Eu sou quem pode dar água que mata a sede da alma”!
Assim listaria uma imensa nominata de homens e mulheres que ao longo da vida julgaram ter todas, ou quase todas as respostas e de repente viram-se diante de uma pergunta nova formulada pela própria vida.
Como eles, assim somos nós.
Longe de sermos dono da verdade, senão alvos da Verdade graciosa do Senhor que tem nos comissionado, e contado conosco.
Que Ele nos ajude a sermos apenas servos, que buscam conhecê-LO com humildade, e deixando longe dos corações todo o orgulho, vaidade ou pretensão de ser os que tem todas as respostas, e de repente serem surpreendidos pela pergunta a mais, formulada pela vida.
Que usemos de sabedoria, a cada manhã de nossas vidas, para que na busca de respostas encontremos a que se adeque ao contexto que estamos vivendo, oferecendo assim aos que nos procuram, uma chance de conhecer e conviver com o Senhor como nós buscamos conhece-Lo, e viver intimamente ligados a Ele.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

QUASE



Com muita freqüencia se ouve alguem usar esta palavra com um ar de lamento, e não raras vezes com uma forte expressão de pavor, ira e até desencanto. É o atleta que quase chegou em primeiro lugar, mas foram os centésimos de segundos que não lhe permitiram tornar fato consumado sua vitória. Por vezes é o aluno que quase tirou uma nota melhor, mas porque colou errado não conseguiu. É o apostador que quase ganhou na mega sena, só não conseguiu por conta da ordem dos algarismos, que ao invés de ser dezesste foi setenta e um. E assim, nós quase chegaríamos ao final do dia buscando os quases da vida, e não conseguiríamos nunca chegar.
Diante destas situações de quase, precisamos atinar para os princípios que regem os eventos da vida. Poderemos comprar, de fato, qualquer coisa desde que durante um determinado tempo economizamos, para tal aquisição, o dinheiro que ganhamos; agora, se gastamos mais do que ganhamos estaremos sempre fadados a quase comprar.
Nestes dias de atos e atitudes tão repentinas e impensadas, onde o instantâneo e o imediato sempre tomam conta do planejado, e do ponderado, o quase é sempre inevitável, não ocorrendo apenas por um acidente de percurso.
A todo o indivíduo é concedido por Deus, diariamente, ointenta e seis mil e quatrocentos segundos para usarmos a fim de que nossa vida transcorra da melhor forma possível. Dito isto, precisamos entender que a cada um de nós cabe administrarmos o uso deste tempo de forma a que, se nos permita evitar o grande número de quases de nossa vida, e assim chegarmos sempre à conclusão do que nos propomos fazer, construir ou adquirir.
A verdade é que nenhum ser humano se contenta em passar seus dias quase chegando aos seus objetivos. Todavia para que isto não ocorra é preciso ter a disposição de mudar de atitude, e rever conceitos ou princípios, que de uma certa forma, podem estar sendo aplicados na contra-mão do fluxo de sua própria vida.
Precisamos considerar porém, que existe um quase, que é até saudável, se não veja: quase morri, quase fui atropelado, quase que a marquise caiu em cima de mim. Lembro de um acontecimento que envolveu um repórter, de uma de nossas emissoras de televisão, pois ele teria que embarcar junto com a equipe de jornalismo para fazer uma reportagem num determinado lugar do Brasil, mas acabou perdendo o voo. Horas mais tarde a própria emissora levava ao ar, em edição extraordinária, a notícia do acidente ocorrido com o avião da sua equipe. E imediatamente entrevistou o repórter que perdeu o voo, e quase morreu, porque da equipe composta por seus colegas, não sobreviveu nenhum. É um quase que contribui para darmos valor à vida.
Para concluir quero citar a expressão de William James: A maior descoberta de minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de vida, mudando de atitude.
Quase que eu ía esquecendo de dizer, que não basta achar este escrito interessante, se ele não causar em sua vida um efeito que lhe permita evitar que você quase desmorone com relação aos seus planos e anseios de vida.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

UM PÉ DE ALFACE QUE FEZ A DIFERENÇA


Clóvis Cunha
Corria o final da década de sessenta, e lá em casa as coisas não estavam tão legais como a gente gostaria que estivessem. Uma família de cinco membros: meu pai, minha mãe, e três filhos matematicamente nascidos com diferença de um ano cada um. Os relacionamentos eram bons, como em toda a família que se dispõe a entender-se entre seus membros. Meu pai era um pedreiro, que recebia seu salário mínimo semanal, e com dificuldades criara aquela família, numa casa própria, mas de apenas três cômodos, uma cozinha, e dois quartos. Nesta época eu entrara para a Escola Técnica, coisa difícil de acontecer entre os meninos de minha idade e relação, e especialmente entre os de minha família, mas com esforço quase incomum, e com o apoio de meus pais, lá estava eu. Meu pai era cacique de terreiro de umbanda, pois quando eu tinha oito meses, segundo o que me contaram, sofri uma convulsão, e aquele episódio levou meu pai e minha mãe a se envolverem com o espiritismo. Minha mãe, que até os dezesseis anos era uma batista de carteirinha, se desviara, e conhecera meu pai nos famosos bailes de salão da década de cinqüenta. Enamoraram-se e casaram. Casou inclusive na Igreja Batista do bairro onde nasci. Meu irmão mais velho, ainda foi apresentado ao Senhor no templo, mas eu e o mais moço, fomos batizados na Igreja Católica.
Mas foi em mil novecentos e sessenta e oito, que um fato incrível, mudou a história de nossa casa. Naquele momento, meu pai, cheio de problemas e decepcionado com o espiritismo, já não tinha entusiasmo nenhum para atender aos dois pontos de centro de umbanda que dirigia, um na casa de meu avô, e outro lá em casa. Meu avô estava hospitalizado com um derrame cerebral, aliás o segundo de uma série de sete que lhe sucederam até a morte. E num final de tarde, minha mãe saiu do hospital, e passou na casa de uma amiga prá comprar um pé de alface, mas o que ela não sabia é que aquela mulher tinha muito mais do que um pé de alface para lhe entregar. Enquanto falavam da vida e das notícias lá de casa, com os acontecimentos ocorridos com meu avô, a amiga de minha mãe lhe disse: Sabe que está na cidade, um homem de Deus, que ora e as pessoas são milagrosamente curadas, e problemas insolúveis são resolvidos, e muitas pessoas estão se convertendo! Ela forneceu prá minha mãe o nome da emissora, e o horário onde este homem tinha um programa de rádio, e minha mãe saiu dali com o pé de alface e uma perspectiva de que uma réstia de luz lhe sinalizara uma possibilidade de saída de um túnel escuro.
Eu não tenho dúvidas de que os amigos, são provisões de Deus para nossas vidas. Assim como não tenho dúvida, que os mais insignificantes momentos de nossas vidas, tem propósitos espetaculares que num primeiro momento não somos capazes de enxergar, mas a medida que o tempo passa as coisas se tornam claras e compreensivas.
Foi, então, por meio de um pé de alface, que o Evangelho chegou lá em casa, e mudou o rumo de nossas vidas. Não estou dizendo que sumiram os nossos problemas, mas nos mostrou que no meio de nossos problemas o Senhor Jesus, sempre está conosco. No meu livro ( ainda no prelo ) UM PÉ DE ALFACE, QUANTA DIFERENÇA FAZ, eu descrevo detalhes de antes e depois deste fim de tarde, não fosse o pé de alface, seria um fim de tarde como os anteriores, sem graça, sofrível, e muito escuro.

Abraço e bênção.

domingo, 27 de setembro de 2009

QUANDO NADA ( APARENTEMENTE ) DER CERTO..


Em Hb. 11, lemos de decapitação, de prisões, de perseguições, e açoites. Consequentemente de mulheres viúvas, filhos sem seus pais... E aí? Será que Deus desamparou seus servos só para transformá-los em heróis da fé? Ou é a Soberania de Deus em ação?
Somos tentados apenas a aceitar a cova dos leões, sabendo que o Senhor fecha a boca dos leões como fez com Daniel, ou a fornalha, onde os amigos de Daniel estiveram, porque sabemos que o Quarto Homem vai aparecer por lá. Ou ainda ser um imitador de José porque Deus o exaltou no Egito.
Esquecemos no entretanto, dos que obedeceram e passaram por apertos. De um Jó, reto, temente, e se desviando do mal, e de repente o caos se instala na vida.
Ronaldo Lidório, em seu livro Com a Mão no Arado ( Ed. Betânia ), descreve muito bem tudo isto, e diz mais: “ Creia. Deus está no controle dos incontroláveis momentos de sua vida. Ele está no controle do alicerce, da fundação da sua existência. Se o sofrimento vier, se a provação chegar, se a cura não acontecer, se o acidente lhe tirar aquilo que você tem de mais precioso na vida, saiba que no projeto do reino de Deus, além do horizonte, além da sua e da minha visão, além de nossa limitada realidade do momento, o nome do nosso Deus será glorificado. E glorificar o nome do Senhor é a prioridade da Igreja. Nós não chamamos isso de fatalidade, destino, acaso ou de coisas-da-vida. Nós chamamos isso de soberania de Deus. É necessário que um dia digamos: Eu não permitirei que minha vida seja um baú de desespero e melancolia. Não deixarei que minha mente seja um poço de amarguras e más recordações. Eu não dependo da crise, ou da ausência dela, para ser feliz. Não é a prosperidade nem o sofrimento que definem a minha felicidade. Quanto a mim eu esperarei no Senhor”.
Abraço e bênção!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O QUE O OLHO NÃO VÊ


Há uma expressão popular que diz: “O que o olho não vê, o coração não sente”. Mas e quando o olho vê, como reage o coração? Segundo o grande sábio Salomão, é do coração que procedem as saídas da vida. Nem sempre vale o que fazemos, mas sempre será benéfica a motivação correta que nos leva a iniciativas que promovam o bem comum.
Temos na esposa de Jó, aquele homem de quem Deus falou, que era íntegro, reto, temente a Deus, e que se desviava do mal, um exemplo prático do que descrevemos no início do parágrafo a cima. Enquanto havia fartura, abundância, e felicidade entre o casal e seus filhos, estava tudo bem para ela, porém de repente aconteceu o imprevisto. Seu marido perdeu tudo o que tinha de uma hora para a outra, e como se não bastasse, seus filhos e filhas morreram no desabamento da casa do primogênito, onde banqueteavam como era comum entre os filhos daquele casal feliz. Uma enfermidade brutal se apoderou de seu marido, de forma ter que coçar as feridas com caco de telha. Ah! Era demais para seus olhos contemplarem estas cenas. Foi nesta ocasião que a querida esposa de Jó lhe fez uma proposta das mais indecentes possíveis. Disse-lhe ela: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa teu Deus e morre!
Quantos há hoje em dia que não conseguem conviver com os imprevistos da vida. Não estou afirmando que temos que aceita-los de forma passiva, mas estou buscando dizer que se são imprevistos têm que ser encarados. Não podemos fazer de conta que não existem. Lembram quando na década de oitenta se ouviu pela primeira vez a respeito da AIDS? Foi uma notícia que dava conta deste mal longe de você, porém hoje é o vizinho que está infectado com o vírus, ou é o nosso parente. Enquanto nossos olhos não vêm de perto nosso coração até parece insensível, a questão é: e quando o nosso olho vê, o nosso nariz sente o cheiro, o nosso estômago permanece vazio, a nossa mão tem que ser protegida para não ser contaminada, como reage nosso coração?
Será que de Deus é culpado pelos latrocínios por este País afora? Será que é culpa de Deus os estupros ocorridos em famílias que nós nem conhecemos? E se isto acontecer em minha casa?
Quando Jó ouviu a proposta de sua esposa, ele apenas respondeu: Como fala qualquer doida, assim falas tu; recebemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?
Temos no episódio da vida de Jó duas reações distintas diante de uma mesma situação, o que revela que nem todos reagem positivamente quando os olhos vêm, e é por isto que muita gente boa tenta fugir da realidade da vida como uma forma de viver feliz o que na realidade nunca conseguirá.
Quando Deus nos criou, Ele nos criou para sermos felizes, todavia o pecado nos tirou esta condição natural; e hoje, a fome, a dor, a doença, a injustiça e tantos outros males têm causado aborrecimentos de forma levar muitos ao desespero. Mas existe uma saída, a mesma que Jó encontrou, qual seja esperar e confiar de forma sincera em Deus, e sem barganhar com Ele, porque Deus é Deus mesmo que não lhe dê nada do que você pede a Ele. Jó sabia disto.
Foi o próprio Jó quem cantou do meio do rigor da adversidade: “Eu sei que o meu Redentor vive, e em breve se levantará... vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não os outros, o verão...”
Pense que tipo de reação você tem esboçado quando o seu olho vê o que não gostaria de ter visto. Pois o que o olho não vê, o coração não sente, mas e quando o olho vê, o que sente o seu coração?

domingo, 20 de setembro de 2009

A diferença entre o discípulo e o religioso



Uma leitura rápida do texto de Atos 1:12-14, nos indica o quanto aqueles discípulos estavam a fim de proclamar as verdades do Evangelho. É bem verdade que alguns deles se atemorizaram diante dos acontecimentos antecedentes ao descrito neste texto, agindo como qualquer ser humano diante do desconhecido, mas agora estavam juntos. Eram os discípulos dispostos a pagar o preço. E que preço!
Temos vivido tempos dos quais o apóstolo Paulo já nos havia advertido que seriam difíceis, e até acredito, sendo bem realista, que a tendência é piorar. Há hoje em dia uma mistura de conceitos, que acaba se absorvendo como verídicos e que na maior parte das vezes são simplesmente confusos. O que pretendemos traçar nas páginas que se seguem é um paralelo que mostre a diferença em ser religioso e ser discípulo de verdade.
Certo dia, conversando com colegas de trabalho em meu escritório em Porto Alegre, falávamos sobre religião, quando eu afirmei, para surpresa dos que estavam naquela conversa, que eu era avesso à religião. Foi quando um mais afoito disparou: “Mas o senhor não é Pastor? Como pode ser avesso a religiosos?” Foi então que eu lhes disse que o Senhor sempre esteve interessado em discípulos e não em religiosos, pois foram estes que crucificaram a Jesus, aqueles que estiveram sempre em volta tentando pegar o Mestre em alguma pergunta. Foi para eles que Jesus disse que um religioso é como um sepulcro caiado, bonito por fora mas nem tanto por dentro. Um dos grandes problemas que Jesus enfrentou durante seu ministério, foram os religiosos, os quais continuam sendo problemas para Igreja até hoje.
A expressão “crente” aparece doze vezes no Novo Testamento, enquanto a expressão “discípulo” aparece mais de 250 vezes.
Vejamos algumas ( apenas algumas ) diferenças entre o RELIGIOSO e o DISCÍPULO que, tenho certeza, ajudarão ao querido leitor a fazer uma auto-análise de como está se comportando, como parte da Igreja, no meio de nossa sociedade.


1. O religioso cumpre um dever; o discípulo obedece a Cristo sem questionar. (Mt 15:1-6 ; Mt 4:18-22 ; Mc 2:13,14)

2. O religioso guarda a aparência; o discípulo deixa o Espírito Santo operar uma mudança de dentro para fora. (Lc 18:11,12 ; Lc 20:46 ; At 9:8)

3. O religioso vive para si mesmo e não quer compromissos sérios com o Reino; o discípulo nega-se a si mesmo e toma a sua cruz e segue a Jesus. (Mc 10:17-22 ; Lc 9:23-27)

4. O religioso tem tendência de ajudar fazendo boas obras, “achando” que isso tem mérito diante de Deus para salvação; o discípulo é salvo pela graça e depois de salvo é que vai obrar. (At 5:1-11 ; Ef 2:8-10)

5. O religioso é uma pessoa que se dedica ao sistema religioso e a observar seus preceitos; o discípulo é totalmente consagrado a Cristo e pratica Seus ensinos. (At 9:1,2 ; Mt 28:18-20)

6. O religioso “faz” para agradar e agradar-se a si mesmo; o discípulo ama porque é movido pelo amor de Deus. (Jo 10:12,13 ; Fp 2:4 ; 1 Jo 4:7,10,19)

7. O religioso traz pessoas para as reuniões da Igreja e fica só nisso; o discípulo se preocupa em levar pessoas a Cristo onde quer que esteja: no trabalho, na escola, na rua, no ônibus, na praça. (Mc 16:15-18 ; Jo 4:5-29)

8. O religioso serve por interesse; o discípulo serve por amor. (Mc 10:17-22 ; Jo 14:8)

9. O religioso busca argumentos nas tendências teológicas, o discípulo busca na simplicidade do evangelho. ( Jo. 3:1-21 )

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Amplitude do Restrito


Parece meio paradoxal o título deste escrito, mas ao final vocês hão de convir comigo que é isto mesmo. Ainda um dia destes consegui uma foto de Londres, obtida a partir da estação espacial internacional, à quatrocentos quilômetros de distância; uma coisa espetacular. À primeira vista parece uma explosão estelar. Ao olhar aquela foto eu fiquei imaginando a vista que se tem do espaço sideral. Pensei na magnitude disto duto, de sua amplitude e complexidade. Vi-me minúsculo diante do imaginário cenário cósmico. Mas neste momento voltei –me pra dentro de mim mesmo, e me surpreendi com a amplitude do meu interior, considerando mente, alma e coração-sentimento.
Há uma espécie de inviolabilidade em nosso interior, que parece propriedade exclusiva nossa, não fora o conhecimento que temos de que não somos donos de nós mesmos, e que nada fica hermeticamente fechado aos olhos de Deus. Mas o fato de nossa imaginação, e estratégia de temporariamente e por um bom tempo, fazer, pensar, imaginar, e até criar situações quase no limiar da realidade, me pregou um susto porque foi exatamente aí que vi como é imensurável o espaço da minha restrição, isto é, como é sem medida este meu interior.
Quando eu paro para pensar, se eu fechar meus olhos, eu simplesmente vôo até onde me permite a imaginação. Ela me permite sonhar acordado. Esta imaginação me permite dar asas à fantasia, que por mais infanto-juvenil que possa ser, me agrada, quase me satisfaz. Eu posso imaginar e até desenvolver uma relação com ambientes ou pessoas que estão longe ou perto, com o fascínio de quem está vivendo uma realidade.
É neste meu imenso mundo interior que eu posso projetar a minha vida externa com requinte de detalhes, e o mais singular, sem que ninguém o saiba, a não ser o Onisciente Deus. É com a habilidade de um arquiteto que eu posso, fazendo uso de meus sentimentos e emoções, juntamente com meu raciocínio, montar um cenário que me agrade e alivie as tensões do dia.
Portanto há uma amplitude neste restrito mundo da mente de cada um de nós. E é aqui que as lembranças, os sonhos, e os pensamentos se desenvolvem e crescem, num espaço físico que não parece, num primeiro momento, caber tanta coisa, e se transformar numa amplitude de que se imagina restrito.
É disto que Paulo nos lembra: “...mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BEM AVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE A ALEGRIA NÃO SE ATRASA PRÁ CHEGAR


Clóvis Cunha

É curioso este negócio do sofrimento, porque ao mesmo tempo que não se quer sofrer, acaba-se convivendo com ele, via de regra, sem de fato o aceitar. Mais curioso ainda é a espera pelo fim do sofrimento, que ás vezes tem seu desenrolar um tanto que trágico. Mas mesmo que o desfecho não seja o esperado, o fato é que a alegria chega, até porque tudo passa nesta vida, e não são “impassáveis” nem a tristeza, nem tampouco a alegria.
Um fato é verdade, é que para aqueles que tem uma esperança sólida, e esta solidez está em Deus, a alegria chega, e sempre chegará na hora certa, até porque Deus nunca se atrasou. Foi assim lá no Éden, foi assim na casa de Lázaro, foi assim no encontro com a Viúva de Naim, e estes encontros pontuais entre Deus e seu povo se vai pela eternidade.
O Salmista já disse, que o choro pode durar uma noite, mas a alegria chega pela manhã. Na hora de sair pra vida; na hora que cansamos de derramar lágrimas, algumas só por dentro; na hora que tem gente esperando por nós, com maior intensidade que nós esperamos por um motivo pra sorrir; em fim a alegria não se atrasa. E se alguém julga que está passando da hora, que seu sofrimento não tem fim, experimente esperar com paciência no Senhor, e veja quanta diferença faz.
Nossas angústias nos aceleram a impaciência, e por vezes desistimos na hora que não dava pra desistir. Se está demorando, é sinal que estou mais perto do que anteontem.
Assim que, bem aventurados os que choram, e sofrem, porque quando alegria chegar, e se tiverem paciência pra espera-la, verão o quanto é possível resistir!
Os motivos que conspiram contra a alegria são inumeráveis hoje, mas a fonte de consolo para os que choram em função das tristezas ocasionadas pelos eventos indesejáveis da vida, é uma única, e ela está naquEle que conhece nosso choro e seus motivos, e temo poder de nos consolar – Jesus Cristo.
Dito isto, não fica difícil de compreender que nossas tristezas e lágrimas, tem limites, e estes limites está na hora precisa da chegada da Alegria, que não se atrasa, mas que em tempo oportuno se instala com a força de uma tempestade, e com a suavidade de uma brisa, fria e úmida, o suficiente pra nos tornar gente que ri, e sabe porque ri.
Bem aventurados os que choram, porque a alegria não se atrasa pra chegar!

CURITIBA, 14 julho 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

CAMINHADA SOLITÁRIA


Estava refletindo neste final de semana na caminhada solitária de Abraão e Jo. Um a caminho de Moriá sem ter com quem dividir a angústia de logo, logo matar seu filho, seu único filho, o seu querido filho; o outro no meio da pior catástrofe que a vida podia lhe causar, de forma surpreendente se vê desprovido da companhia de sua própria mulher, aquela que lhe jurara amor na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...
Agora ambos solitários.
Um riquíssimo e outro aculturado na famosa Ur dos Caldeus, mas ambos sós. No meio de recursos e argumentos, a solidão lhes pega de jeito.
Nada diferente de muitos de minha geração, que a despeito de toda sorte de maneiras de comunicação, se vem ás vezes conversando com seu próprio pensamento, que invariavelmente vai lhes comunicar o seu ensimesmamento.
Nas grandes metrópoles desta nação ou de outra qualquer do planeta sempre existirão os solitários que a exemplo de Abraão e Jo, também se vem cercado de pessoas que não querem saber de seu jeito, de seus assuntos, de suas maneiras de pensar, especialmente os de sua própria casa. È mais conveniente ouvir o que passa do que o que fica, até porque o que passa diz coisas agradáveis aos ouvidos, e de vez em quando até ao coração, mas o que fica diz o que a razão não quer ouvir, porque neste caso implica em mudanças e aí a coisa já vai ficando mais complicada.
E quando o cerco aperta, pra quem correr? Pra quem perguntar? Já que o que passa se foi, e resta o que fica, o sem jeito e sem conversa, mas ele tem o que dizer, se o quiserem ouvir.
Em fim, é uma caminhada nem tanto romântica, a caminhada do solitário que acompanha o por do sol, na esperança quase burra de que um dia lhe darão atenção de verdade, começando pelos mais queridos, mesmo porque os de longe até que lhe ouvem, como os auxiliares de Abraão, ou os pseudos amigos de Jo.
Foi numa caminhada destas que Adão se viu apertado para encontrar um esconderijo, onde pudesse se abrigar das vistas do Santo. É inegável que uma caminhada solitária suscita espírito de inferioridade, de prostração e de total desânimo quase fazendo seus transeuntes desesperarem da vida, como foi o caso de Paulo, o apóstolo. Uma caminhada destas deixa o coração vulnerável, a alma quebrada, a mente indagativa, e o corpo carente de calor de verdade.
Não fosse a Graça de Deus, muita história de homens e mulheres da Bíblia e de hoje, seria diferente, porque as tendências racionais e humanas são de um revanchismo indomável contra a própria vida; mas a Graça constrange, quando se permite constranger. Não fora a referência que Abraão tinha de Deus e em Deus, e a certeza que Ele daria um jeito, acredito que ele teria se imolado antes de chegar a Moriá. Não fosse a absoluta certeza de Jo, que seu Redentor estivera vivo todo aquele tempo, e embora em silêncio, trabalhando por ele, acredito que ele teria se retalhado com o caco da telha com que ele coçava suas feridas.
Não fosse a veracidade da Promessa de que Ele voltará, muitos solitários de minha geração, que O conhecem já teriam desistido de fato e de verdade da vida.
Mas porque Ele vive, e é fiel, os solitários continuam suas caminhadas desprezados por uns, aconchegados por outros, vão indo na sua força, vivendo um dia de cada vez, até que num dia assim... de repente... se deparem com o Santo de Israel, a exemplo de Abraão e Jo, que foram figurantes de uma caminhada solitária.
Curitiba, 28 de junho, 2008
Clóvis Cunha

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

DESABAFO DE UM QUE AINDA CRÊ


Sou daqueles que acha a vida o maior barato. Levantar cedo para um novo dia, então, é um fascínio pra mim, pois demonstra ao mesmo tempo o cuidado de Deus durante a noite, e o cumprimento de Suas promessas afirmando que Suas misericórdias se renovaram para aquela manhã.
Mas o que me intriga é que nós homens estamos minando esta harmonia gostosa da vida, com suas fragrâncias, seus coloridos, suas musicalidades, seus ritmos como de um coração que diz que o seu portador vive. Estamos borrando uma imagem bonita, feito á moda de Deus.

Assim que estou de saco cheio de ver fantasias de vida, hipocrisia e cinismo perambular pelos mais sagrados ambientes humanos, como família, igreja, e trabalho por exemplo;
Estou de saco cheio de ver os políticos prometerem e prometerem, a ponto de causarem dissensão entre familiares, e estes perversos políticos jamais cumprem na íntegra o que prometeram; até porque sabem que tem que prometerem senão não ganham votos ;
Estou de saco cheio de ver superiores explorarem os seus subalternos, como diz Tiago em sua carta, retendo com fraude o que lhes é devido;
Estou de saco cheio de ver o não comprometimento, de uma boa maioria de jovens, com a vida; os quais vivem tão alheios á tudo e á todos, que parecem que nasceram só pra passear por aqui, como se aqui fosse o quintal da vida deles;
Estou de saco cheio, de ver crente no emprego segunda-feira de manhã, totalmente diferente do crente que há algumas horas estava na Igreja, até tocando na banda, ou “fazendo algo pra Deus”, começando por sua pontualidade que é um vexame, e que diga-se de passagem é regra contratual, e terminando na qualidade de vida que apresenta quer com uma postura desleixada, quer com a qualidade do serviço que presta, e se dizendo discípulo de Jesus;
Estou de saco cheio de ver o homem trair sua mulher, e a mulher trair seu homem, por um pequeno instante nada mágico, mas que tem gosto de prazer, e o que é pior, sem amor nem no outro, nem próprio. E mais, como se seu homem ou sua mulher não lhe bastasse; e mais ainda traem com um “produto” na maioria da vezes, de qualidade inferior a que tem dentro de casa, o que vale dizer, que mesmo que fosse da mesma qualidade não credenciaria a isto; e mais agravante, pagam um alto preço, seja social, espiritual ou de saúde fragilizada como sub-produto do pecado;
Estou de saco cheio de ver declarações de amor, baseadas na economia familiar, que ainda traz o cônjuge para uma zona de conforto;

Estou de saco cheio de ver filhos ironizando pais, e pais criando seus filhos com seu DNA perverso, obtendo como resultado criaturas que nem parecem que são humanos, muito menos imagem de Deus;
Estou de saco cheio de ver pais desprezando filhos, sem o mínimo pudor; e filhos mandando seus pais, na velhice, para o olho da rua, na forma de abrigos para idosos ou casa de quem nem do sangue é; estes mesmos filhos que, muitos deles, foram criados com um sacrifício enorme;
Estou de saco cheio, de ver proliferar a injustiça em todos os segmentos da sociedade como se isto fosse o normal; e babaca é o justo;
Estou de saco cheio de ver gays e lésbicas serem tratados como autoridades no assunto que se dizem expert, ou seja a proliferação das aberrações alegadas até como doenças, e o que é na realidade se chama falta de vergonha na cara;
Estou de saco cheio de ver parentes destes mesmos gays e lésbicas achando-os uma gracinha quando apresenta para a família, a mãe-papi, e o pai-mami;
Estou de saco cheio de viver atrás de portão com controle remoto, alarme monitorado, cerca elétrica, como se eu é que fosse o sacana, e o sacana o bacana;
Estou de saco cheio de ver gente gastando mais do que recebe, e depois achando que a Empresa onde trabalha ou os amigos, ou parentes tem que pagarem o ônus pela fraude;
Estou de saco cheio de ver gente usar o cartão de crédito como se fosse máquina de fazer dinheiro, sem nenhum cuidado, o que resulta sempre em inadimplências que engordam as estatísticas dos caloteiros neste Brasil e mundo a fora;
Estou de saco cheio de ver gente, que não está nem aí para com os menos favorecidos, e com isto gastam muito em supérfluos, enquanto tem gente morrendo de fome nesta Nação;
Estou de saco cheio de ver as mesmas caras nos semáforos, e rodoviárias deste País, ou pelas ruas de suas cidades, esmolando para sustentarem os seus vícios, e com isto tornando desacreditados os que precisam pedir de verdade pra sobreviverem;
Estou de saco cheio de ligar a televisão e ver a notícia distorcida, ou suprimida dependendo da tendência da emissora;
Estou de saco cheio de ver crente levantando as mãos na Igreja de olhinho fechado, cantando e rebolando pra lá e pra cá, e fora dali é pior que um que não tem nada a ver com a fé do cristão;
Estou de saco cheio de ver a igreja fazendo mercado da Palavra de Deus, como se Deus fosse objeto de leilão; ou pior ainda, fazendo brincadeirinhas pra atrair a “galera” que será um monte de crente não convertido no futuro;
Estou de saco cheio de ver crentes apenas religiosos, fazendo peregrinações aos templos, com aquelas caras de piedades, mas sem nenhuma atitude prática de piedoso;
Estou de saco cheio de ver gente querer ser mais santo que os outros, e no final das contas são os piores, diante de Deus; cheios de rancores, iras, invejas, e traumas profundos descarregados em cima de quem nada te a ver com a situação;
Estou de saco cheio de ver gente querendo cantar e tocar nas Igrejas Evangélicas, mas o resultado é um ruído ensurdecedor, que com certeza provoca até a ira de Deus, como Ele mesmo comentou com o profeta Amós, uma vez;
Estou de saco cheio de crente sem compromisso, que diz que vai, e acaba não indo; que diz que ora, e não ora nada;
Estou de saco cheio de crente caloteiro; de crente que diz que dá o dízimo, mas é a pior oferta que ele dá para a obra, porque não representa um por cento do que ganha;
Estou de saco cheio de Obreiros picaretas, que acharam melhor trocar o cartão-ponto pela Bíblia;
Estou de saco cheio de crente que pega a Bíblia pra lê do pondo de vista dele; e lê e busca referências que apóiem o que ele acha que está certo, deixando a Escritura anã, e sem o sentido prático do que Deus quis comunicar de verdade;
Estou de saco cheio de ver maridos tratarem as mulheres da igreja da forma que nunca trataram as suas, ou mulheres fazendo agrados pra homens, na Igreja, coisa que nunca fizeram para o seu marido em casa;
Estou de saco cheio de ver o farisaísmo correr solto em nossas Igrejas, pois quando se convive com alguns crentes se vê que não é nada daquilo que representam no meio da congregação;
Estou de saco cheio de ter que viver assim. Ás vezes me dá vontade de chutar tudo pra cima e sair por aí: “Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento”; só pra ver como é que fica...

Mas me pergunto: De que adiantará? Só vai mudar a geografia, porque o saco vai continuar enchendo... e a vida passando até o dia em que todos nós vamos deparar diante dEle, e ao encara-Lo dar conta das burrices que fizemos, e muitos de nós terá ainda de ouvir da boca de um Deus que ama e é misericordioso, mas que é justo: “Afastai-vos de mim! Não os conheço!” Deus vai chorar ao ter que dizer isto como o pai que despede seu filho e que sabe que ele está entrando numa fria, mas em nome de Sua Santidade, e Justiça, dirá.

Curitiba, 18 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

RECADOS


RECADOS está longe de ser uma obra literária, mas é produto de oração, de leitura da Bíblia, de ouvir Deus falar ao coração e de leituras de livros que edificam, hábitos que resultam muitas vezes em pregação.

Isto tudo faz de RECADOS um volume de comunhão e trabalho, que contribuirá, sem dúvida alguma, para a edificação, especialmente de quem quer se envolver e comprometer com esse negócio do Reino de Deus.

Não há dúvida de que RECADOS, levará incontáveis corações a profundas, restauradoras, transformadoras e edificantes reflexões, emanadas do Espírito do Senhor, que está a clamar para que as igrejas possam ouvi-lo.