quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Amplitude do Restrito


Parece meio paradoxal o título deste escrito, mas ao final vocês hão de convir comigo que é isto mesmo. Ainda um dia destes consegui uma foto de Londres, obtida a partir da estação espacial internacional, à quatrocentos quilômetros de distância; uma coisa espetacular. À primeira vista parece uma explosão estelar. Ao olhar aquela foto eu fiquei imaginando a vista que se tem do espaço sideral. Pensei na magnitude disto duto, de sua amplitude e complexidade. Vi-me minúsculo diante do imaginário cenário cósmico. Mas neste momento voltei –me pra dentro de mim mesmo, e me surpreendi com a amplitude do meu interior, considerando mente, alma e coração-sentimento.
Há uma espécie de inviolabilidade em nosso interior, que parece propriedade exclusiva nossa, não fora o conhecimento que temos de que não somos donos de nós mesmos, e que nada fica hermeticamente fechado aos olhos de Deus. Mas o fato de nossa imaginação, e estratégia de temporariamente e por um bom tempo, fazer, pensar, imaginar, e até criar situações quase no limiar da realidade, me pregou um susto porque foi exatamente aí que vi como é imensurável o espaço da minha restrição, isto é, como é sem medida este meu interior.
Quando eu paro para pensar, se eu fechar meus olhos, eu simplesmente vôo até onde me permite a imaginação. Ela me permite sonhar acordado. Esta imaginação me permite dar asas à fantasia, que por mais infanto-juvenil que possa ser, me agrada, quase me satisfaz. Eu posso imaginar e até desenvolver uma relação com ambientes ou pessoas que estão longe ou perto, com o fascínio de quem está vivendo uma realidade.
É neste meu imenso mundo interior que eu posso projetar a minha vida externa com requinte de detalhes, e o mais singular, sem que ninguém o saiba, a não ser o Onisciente Deus. É com a habilidade de um arquiteto que eu posso, fazendo uso de meus sentimentos e emoções, juntamente com meu raciocínio, montar um cenário que me agrade e alivie as tensões do dia.
Portanto há uma amplitude neste restrito mundo da mente de cada um de nós. E é aqui que as lembranças, os sonhos, e os pensamentos se desenvolvem e crescem, num espaço físico que não parece, num primeiro momento, caber tanta coisa, e se transformar numa amplitude de que se imagina restrito.
É disto que Paulo nos lembra: “...mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Um comentário:

  1. e essa imaginacao que levou Deus a criar o mundo e tudo que nele ha...sao sonhos que nascem do mais intimo do ser. Isso nos lembra de que somos Sua imagem e semelhanca. Mas ao imaginarmos, como Deus, tocados pela queda, andamos no limiar da criacao dos nossos pensamentos...que cada um nos leve mais perto de Deus e nao a nos afastarmos dEle.

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