segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O QUE O OLHO NÃO VÊ


Há uma expressão popular que diz: “O que o olho não vê, o coração não sente”. Mas e quando o olho vê, como reage o coração? Segundo o grande sábio Salomão, é do coração que procedem as saídas da vida. Nem sempre vale o que fazemos, mas sempre será benéfica a motivação correta que nos leva a iniciativas que promovam o bem comum.
Temos na esposa de Jó, aquele homem de quem Deus falou, que era íntegro, reto, temente a Deus, e que se desviava do mal, um exemplo prático do que descrevemos no início do parágrafo a cima. Enquanto havia fartura, abundância, e felicidade entre o casal e seus filhos, estava tudo bem para ela, porém de repente aconteceu o imprevisto. Seu marido perdeu tudo o que tinha de uma hora para a outra, e como se não bastasse, seus filhos e filhas morreram no desabamento da casa do primogênito, onde banqueteavam como era comum entre os filhos daquele casal feliz. Uma enfermidade brutal se apoderou de seu marido, de forma ter que coçar as feridas com caco de telha. Ah! Era demais para seus olhos contemplarem estas cenas. Foi nesta ocasião que a querida esposa de Jó lhe fez uma proposta das mais indecentes possíveis. Disse-lhe ela: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa teu Deus e morre!
Quantos há hoje em dia que não conseguem conviver com os imprevistos da vida. Não estou afirmando que temos que aceita-los de forma passiva, mas estou buscando dizer que se são imprevistos têm que ser encarados. Não podemos fazer de conta que não existem. Lembram quando na década de oitenta se ouviu pela primeira vez a respeito da AIDS? Foi uma notícia que dava conta deste mal longe de você, porém hoje é o vizinho que está infectado com o vírus, ou é o nosso parente. Enquanto nossos olhos não vêm de perto nosso coração até parece insensível, a questão é: e quando o nosso olho vê, o nosso nariz sente o cheiro, o nosso estômago permanece vazio, a nossa mão tem que ser protegida para não ser contaminada, como reage nosso coração?
Será que de Deus é culpado pelos latrocínios por este País afora? Será que é culpa de Deus os estupros ocorridos em famílias que nós nem conhecemos? E se isto acontecer em minha casa?
Quando Jó ouviu a proposta de sua esposa, ele apenas respondeu: Como fala qualquer doida, assim falas tu; recebemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?
Temos no episódio da vida de Jó duas reações distintas diante de uma mesma situação, o que revela que nem todos reagem positivamente quando os olhos vêm, e é por isto que muita gente boa tenta fugir da realidade da vida como uma forma de viver feliz o que na realidade nunca conseguirá.
Quando Deus nos criou, Ele nos criou para sermos felizes, todavia o pecado nos tirou esta condição natural; e hoje, a fome, a dor, a doença, a injustiça e tantos outros males têm causado aborrecimentos de forma levar muitos ao desespero. Mas existe uma saída, a mesma que Jó encontrou, qual seja esperar e confiar de forma sincera em Deus, e sem barganhar com Ele, porque Deus é Deus mesmo que não lhe dê nada do que você pede a Ele. Jó sabia disto.
Foi o próprio Jó quem cantou do meio do rigor da adversidade: “Eu sei que o meu Redentor vive, e em breve se levantará... vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não os outros, o verão...”
Pense que tipo de reação você tem esboçado quando o seu olho vê o que não gostaria de ter visto. Pois o que o olho não vê, o coração não sente, mas e quando o olho vê, o que sente o seu coração?

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