terça-feira, 30 de novembro de 2010

28 de novembro de 1974, nunca mais vou esquecer deste dia...




Era prá ser um dia qualquer da folhinha do ano de 1974, não fosse uma viagem, das mais estranhas que já havia feito. Embarquei na rodoviária de Pelotas, ás 13:30 hs, num ônibus do Expresso Embaixador. Cercado pelos meus amigos, e com uma tristeza escondida por detrás da expectativa de sucesso no emprego para o que fui classificado ainda como aluno da “Escola”. Deixei minha mãe que ficou chorando em casa, e eu com um baita nó na garganta. Lembro dos que me cercaram naquele dia como se fosse hoje: Maristela, Celoí, Belmira, Julio, Flávio, Osório, Edson, Sérgio, Claudemar, Soleni, Alcir, Maria Silvina e meu pai. Ganhei da Maristela um caderninho de endereços, com os endereços deles todos. A viagem durou aproximadamente três horas e meia; por volta das 16:30hs eu bati á porta da casa do Pr. Etuvino. Era tudo muito estranho. Ruas, pessoas, igrejas em fim...
Dia 28 de novembro de 1974 nunca mais vai sair de mina lembrança, dia em que consegui reunir junto com uma mescla de felicidade e tristeza, a sensação de ser um vencedor, mesmo em meio á incertezas.
Quando saí, o sol brilhava muito. Peguei minha mala, emprestada do Sérgio, meu mano mais velho, contendo uma calça listrada, um terno preto dele, uma camisa branca com bolinhas pretas que eu mal cabia dentro dela, uma gravata estampada do Claudemar, meu mano mais moço, dois pares de meia, duas zorbas, um par de sapatos, dois livros de tecnologia , um “guarda-pó de brim” feito por minha mãe, e a minha Bíblia e só. Fui de muda pra Porto Alegre. Na viagem vi um menininho com seus pais brincando feliz e alegre, e eu trouxe á minha lembrança os momentos em que meu pai ia conosco brincar nos levando pra fazer um pic-nic nos matos do fim da linha do Fragata. Voltou o nó na garganta.
Trinta e seis anos se passaram! Quanta coisa rolou nestas três décadas e meia! Quantos momentos! Num balanço feito hoje, sem muito esforço, vejo o saldo positivo, e quando falo de saldo, é porque houveram momentos ruins neste período, momentos que eu não gostaria que fizessem parte de minhas agendas.
28 de novembro de 1974, um dia que vi como uma porta se abrindo para um caminho que continuo a caminhar, e pra ser bem franco, ás vezes não sei onde ele vai findar. Mas tenho a certeza que aquela porta foi aberta por Deus, e que nesta caminhada Ele não largou de mim nunca. E está me conduzindo pra que se cumpra em mim a vontade dEle pra minha vida. Eu creio.
Nasci, cresci, plantei uma árvore, casei, tive filhas, tenho netas, escrevi um livro, e depois de tudo isto me resta continuar esperando no Senhor dia a dia.
28 de novembro de 1974, mais precisamente o início daquela tarde, nunca mais saiu da minha cabeça... ainda hoje me dá um nó na garganta quando lembro daqueles fins de tardes longe de casa e dos meus...

...e dizer que já já se passaram trinta e seis anos...

...e Deus foi fiel este tempo todo!!! ...

...Hoje, 28 de novembro de 2010, em Curitiba!

2 comentários:

  1. Pensei que ao citares meu pai o Rev. Etuvino, farias uma pequena menção de que passarias um bom tempo na casa da irmão Carminha e Pr. Gustavo. Foram dias felizes e trago boas lembranças deles.....

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  2. Ao Querido ou Querida Anônima, se voltar a este texto, e a quem interessar possa, quero dizer que o propósito deste texto não foi historiar minha chegada e estada em P Alegre, se não descrever o momento que vivi quando deixei minha casa. Este assunto, referido no comentário anterior, é um capítulo do meu segundo livro que planejo lançar este ano, e que pretendo que seja prefaciado pelo Bispo Gustavo, a quem devo uma gratidão que moeda nenhuma deste mundo poderá pagar, tanto a ele como a Carminha, que me acolheram como a filho em sua casa, com um ano e alguns meses de casados, e onde permaneci por exatos 4 meses, de 28 de novembro de 1974 a 27 de março de 1975 quando eu trouxe minha família para morar em P.Alegre.

    Ass. Autor do Texto.

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