quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS SINOS DE NATAL


Pr. Clóvis Cunha
Estamos nos aproximando da festa magna da cristandade, o Natal. As luzes já começaram a acender; as lojas com suas vitrines ornamentadas já começaram seus apelos ao consumismo de fim de ano. Tudo se encaminha para o momento em que os sinos haverão de tocar e vozes se ouvirão em cumprimentos de “Feliz Natal”. No entanto cabe-nos uma reflexão neste momento! Será que os sinos do Natal não tocaram durante todo o ano, em seus quase trezentos e sessenta e cinco dias? Ou será que nós, os festeiros de fim de ano não os ouvimos tocar?
Sim os sinos tocaram durante todo o ano!
Eles tocaram ao som do choro da criança que em desespero de fome não teve o que comer, porque o pai desempregou, e as portas do trabalho se fecharam para ele durante uma boa parte deste ano. Eles tocaram, quando o trabalhador após uma jornada exaustiva tinha em suas mãos um salário que mal podia fazer frente às suas necessidades básicas, bem como às de sua família, e isto o levou às lágrimas. Eles tocaram sim, quando pessoas, como eu e você, que tem sangue nas veias, um coração que sente e reage, uma mente que raciocina mas por causa de um sem números de atributos foram discriminadas e deixadas de lado como se não fossem gente. Ah! Eles tocaram quando a oportunidade para fazer o bem se apresentou a nós, mas achamos melhor trocar o certo pelo vantajoso.
Embora os sinos tenham tocado quando a criança chorou de fome, quando o pai tinha em mãos um salário que não lhe satisfazia as necessidades básicas, quando muita gente foi discriminada nesta Nação, ou quando as oportunidade para o bem aconteceram e as desprezamos, houve um sino que tocou insistentemente toda vez que um anunciador de boas novas falava de Jesus Cristo, o motivo de nosso Natal. Quantas vezes você ouviu este sino tocar durante este ano?
Este sino da Boa Nova trás no seu som a proposta de mudanças; de alternativas para o nosso estado presente. E não estou falando apenas do ponto de vista social, econômico, ou financeiro, mas principalmente do ponto de vista da alma, do coração de onde brotam as saídas da vida. Porque se o nosso coração estiver em paz, teremos paz para dar. Se tivermos uma consciência ética, poderemos ser exemplos. Quando leio o que o Profeta Jeremias escreveu em suas Lamentações dizendo - “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” ( Lm 3:21), isto me leva a um desafio, qual seja, pensar como estão afinados os meus ouvidos para ouvirem o toque dos sinos do dia a dia. Por isto convido-o a refletir comigo neste dias que se aproximam do Natal: Como temos ouvido os sons dos sinos?
Sem dúvida que o choro da criança, a tristeza do chefe de família, a marginalização de um semelhante, e outras coisas mais, não tem causado em você o mesmo impacto de quando você os presenciou, mas quero, ao finalizar esta breve reflexão, desafia-lo a pensar em como será o seu 2010, se você continuar nesta mesmice, de ouvir os sinos de Natal só em dezembro de cada ano?
Um abençoado Natal para todos, e que as alegrias deste dia acompanhem cada um dos 365 dias do Ano Novo.

Abraço e bênção,
Pr. Clóvis e Hilda