quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perdendo Jesus


Nas páginas da Bíblia, entre muitas situações, encontramos um fato envolvendo Jesus Cristo e seus pais – Evangelho Segundo Lucas 2:42-49.


Anualmente todo bom judeu, antigamente iam até Jerusalém para participarem de uma festa religiosa. Como fora criado como um judeu, Jesus foi levado com seus pais até Jerusalém. Durante o caminho de volta seus pais notaram que Ele não estava mais junto deles.


Que desespero? Perder Jesus! Perdermos o Salvador do Mundo. Perdermos aquele que é o único caminho que leva-nos até Deus.


Isso mesmo em muitas festas religiosas em que estamos cansados de participar, nem nos damos por conta, que já perdemos Jesus. São tantas as músicas, os discursos, as modas, os quitutes, as pessoas, que acabam nos distraindo, na verdade distanciando dessa pessoa tão maravilhosa.


Não foi diferente com os pais de Jesus. Em determinado momento perceberam que estavam sem Ele. Procura aqui, procura acolá, e agora? Onde seus pais O achariam novamente. Diz o texto Sagrado que já estavam distante o caminho de um dia. E isso era uma distância razoável para aquela época.


Procurando entre os peregrinos do mesmo caminho, agora não mais um dia, mas três dias, recebem a informação que viram o menino no templo. Indo até o templo, o encontraram entre os mais sábios mestres da lei, não somente ouvindo-os mas, também os ensinando.


Sua mãe como qualquer outra mãe, reage impondo-lhe limites, questionando: por que procedestes assim para conosco, pois estamos ao longo do caminho te procurando? Por Sua vez Jesus responde: Não sabeis que eu devia estar na casa de meu Pai? Com isso seus pais silenciaram.


Toda esta maravilhosa história, além de outras infinitas verdades, pois a Palavra de Deus é um manancial inesgotável de palavras, mostra-nos que muitas vezes nós, envolvidos com o corre-corre da vida poderemos perder Jesus. Embora envolvidos com a religião, sua prática, seus preceitos, podemos nitidamente perder aquele que é a vida.


Mas também aprendemos uma lição, se perdermos Jesus o lugar de achá-Lo é na igreja, e quando falo de igreja me refiro ao corpo de Cristo, esse formado de vidas, juntas e medulas, tendo como cabeça o próprio Senhor Jesus Cristo.


Muitos querem Cristo, mas não querem a igreja. Não existe vida para o corpo se um está desligado ao outro. Para termos a vida de Cristo precisamos estar ligados ao Seu corpo, a igreja.


Os pais de Jesus O perderam, mas o encontraram no templo, ainda que caminharam um bom caminho, acabaram encontrando-O. Quem procuram sempre acha, não é assim que costumamos a falar? Pois bem, procure-O, e você terá a grata surpresa de deparar-se com a essência da vida, com o Autor da Vida.


Muitas pessoas ignoram completamente o poder da igreja, ou até mesmo a consideram falida. Mas o corpo de Cristo ainda continua sendo a manifestação da mão de Deus em meio a este mundo. Igreja não é a instituição, não é a entidade, o clube ou a fraternidade, igreja é algo vivo, transformador, contagiante.


Pr. Moisés Brasil Maciel
Araranguá - SC

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

QUANDO PENSAMOS QUE TEMOS TODAS AS RESPOSTAS, A VIDA MUDA A PERGUNTA


Pr. Clóvis Cunha

Teria sido um dia como outro qualquer para Nicodemos, não fora aquela noite que ele inventou de ir ter com Jesus. Um estudioso e sábio, um mestre, que de repente vê a vida formulando-lhe questões que ele particularmente nem imaginava que pudessem ser formuladas: “Importa é nascer de novo, Nicodemos”.
Teria sido um dia como outro qualquer na vida de Saulo de Tarso, não fora aquele meio-dia, especialmente claro e confuso ao mesmo tempo, quando lhe é formulada uma questão para a qual ele não teria outra resposta a não ser: “Que queres que eu te faça?”.
Teria sido um dia como outro qualquer para o grupo de acusadores da adúltera, pega em flagrante adultério, não fora a presença do Mestre entre eles e a mulher, formulando-lhes um questão, que jamais a lei permitia que passasse pelas mentes religiosas deles: “Quem não tiver pecado, seja o primeiro a apedreja-la!”
Teria sido um dia como outro qualquer para a mulher samaritana, não fora Jesus, contrariando todos os conceitos da época, ter passado por dentro de Samaria, e ter parado para conversar com ela. E ter levantado uma questão que nunca rondou a mente daquela mulher sofrida e angustiada:” Eu sou quem pode dar água que mata a sede da alma”!
Assim listaria uma imensa nominata de homens e mulheres que ao longo da vida julgaram ter todas, ou quase todas as respostas e de repente viram-se diante de uma pergunta nova formulada pela própria vida.
Como eles, assim somos nós.
Longe de sermos dono da verdade, senão alvos da Verdade graciosa do Senhor que tem nos comissionado, e contado conosco.
Que Ele nos ajude a sermos apenas servos, que buscam conhecê-LO com humildade, e deixando longe dos corações todo o orgulho, vaidade ou pretensão de ser os que tem todas as respostas, e de repente serem surpreendidos pela pergunta a mais, formulada pela vida.
Que usemos de sabedoria, a cada manhã de nossas vidas, para que na busca de respostas encontremos a que se adeque ao contexto que estamos vivendo, oferecendo assim aos que nos procuram, uma chance de conhecer e conviver com o Senhor como nós buscamos conhece-Lo, e viver intimamente ligados a Ele.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

QUASE



Com muita freqüencia se ouve alguem usar esta palavra com um ar de lamento, e não raras vezes com uma forte expressão de pavor, ira e até desencanto. É o atleta que quase chegou em primeiro lugar, mas foram os centésimos de segundos que não lhe permitiram tornar fato consumado sua vitória. Por vezes é o aluno que quase tirou uma nota melhor, mas porque colou errado não conseguiu. É o apostador que quase ganhou na mega sena, só não conseguiu por conta da ordem dos algarismos, que ao invés de ser dezesste foi setenta e um. E assim, nós quase chegaríamos ao final do dia buscando os quases da vida, e não conseguiríamos nunca chegar.
Diante destas situações de quase, precisamos atinar para os princípios que regem os eventos da vida. Poderemos comprar, de fato, qualquer coisa desde que durante um determinado tempo economizamos, para tal aquisição, o dinheiro que ganhamos; agora, se gastamos mais do que ganhamos estaremos sempre fadados a quase comprar.
Nestes dias de atos e atitudes tão repentinas e impensadas, onde o instantâneo e o imediato sempre tomam conta do planejado, e do ponderado, o quase é sempre inevitável, não ocorrendo apenas por um acidente de percurso.
A todo o indivíduo é concedido por Deus, diariamente, ointenta e seis mil e quatrocentos segundos para usarmos a fim de que nossa vida transcorra da melhor forma possível. Dito isto, precisamos entender que a cada um de nós cabe administrarmos o uso deste tempo de forma a que, se nos permita evitar o grande número de quases de nossa vida, e assim chegarmos sempre à conclusão do que nos propomos fazer, construir ou adquirir.
A verdade é que nenhum ser humano se contenta em passar seus dias quase chegando aos seus objetivos. Todavia para que isto não ocorra é preciso ter a disposição de mudar de atitude, e rever conceitos ou princípios, que de uma certa forma, podem estar sendo aplicados na contra-mão do fluxo de sua própria vida.
Precisamos considerar porém, que existe um quase, que é até saudável, se não veja: quase morri, quase fui atropelado, quase que a marquise caiu em cima de mim. Lembro de um acontecimento que envolveu um repórter, de uma de nossas emissoras de televisão, pois ele teria que embarcar junto com a equipe de jornalismo para fazer uma reportagem num determinado lugar do Brasil, mas acabou perdendo o voo. Horas mais tarde a própria emissora levava ao ar, em edição extraordinária, a notícia do acidente ocorrido com o avião da sua equipe. E imediatamente entrevistou o repórter que perdeu o voo, e quase morreu, porque da equipe composta por seus colegas, não sobreviveu nenhum. É um quase que contribui para darmos valor à vida.
Para concluir quero citar a expressão de William James: A maior descoberta de minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de vida, mudando de atitude.
Quase que eu ía esquecendo de dizer, que não basta achar este escrito interessante, se ele não causar em sua vida um efeito que lhe permita evitar que você quase desmorone com relação aos seus planos e anseios de vida.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

UM PÉ DE ALFACE QUE FEZ A DIFERENÇA


Clóvis Cunha
Corria o final da década de sessenta, e lá em casa as coisas não estavam tão legais como a gente gostaria que estivessem. Uma família de cinco membros: meu pai, minha mãe, e três filhos matematicamente nascidos com diferença de um ano cada um. Os relacionamentos eram bons, como em toda a família que se dispõe a entender-se entre seus membros. Meu pai era um pedreiro, que recebia seu salário mínimo semanal, e com dificuldades criara aquela família, numa casa própria, mas de apenas três cômodos, uma cozinha, e dois quartos. Nesta época eu entrara para a Escola Técnica, coisa difícil de acontecer entre os meninos de minha idade e relação, e especialmente entre os de minha família, mas com esforço quase incomum, e com o apoio de meus pais, lá estava eu. Meu pai era cacique de terreiro de umbanda, pois quando eu tinha oito meses, segundo o que me contaram, sofri uma convulsão, e aquele episódio levou meu pai e minha mãe a se envolverem com o espiritismo. Minha mãe, que até os dezesseis anos era uma batista de carteirinha, se desviara, e conhecera meu pai nos famosos bailes de salão da década de cinqüenta. Enamoraram-se e casaram. Casou inclusive na Igreja Batista do bairro onde nasci. Meu irmão mais velho, ainda foi apresentado ao Senhor no templo, mas eu e o mais moço, fomos batizados na Igreja Católica.
Mas foi em mil novecentos e sessenta e oito, que um fato incrível, mudou a história de nossa casa. Naquele momento, meu pai, cheio de problemas e decepcionado com o espiritismo, já não tinha entusiasmo nenhum para atender aos dois pontos de centro de umbanda que dirigia, um na casa de meu avô, e outro lá em casa. Meu avô estava hospitalizado com um derrame cerebral, aliás o segundo de uma série de sete que lhe sucederam até a morte. E num final de tarde, minha mãe saiu do hospital, e passou na casa de uma amiga prá comprar um pé de alface, mas o que ela não sabia é que aquela mulher tinha muito mais do que um pé de alface para lhe entregar. Enquanto falavam da vida e das notícias lá de casa, com os acontecimentos ocorridos com meu avô, a amiga de minha mãe lhe disse: Sabe que está na cidade, um homem de Deus, que ora e as pessoas são milagrosamente curadas, e problemas insolúveis são resolvidos, e muitas pessoas estão se convertendo! Ela forneceu prá minha mãe o nome da emissora, e o horário onde este homem tinha um programa de rádio, e minha mãe saiu dali com o pé de alface e uma perspectiva de que uma réstia de luz lhe sinalizara uma possibilidade de saída de um túnel escuro.
Eu não tenho dúvidas de que os amigos, são provisões de Deus para nossas vidas. Assim como não tenho dúvida, que os mais insignificantes momentos de nossas vidas, tem propósitos espetaculares que num primeiro momento não somos capazes de enxergar, mas a medida que o tempo passa as coisas se tornam claras e compreensivas.
Foi, então, por meio de um pé de alface, que o Evangelho chegou lá em casa, e mudou o rumo de nossas vidas. Não estou dizendo que sumiram os nossos problemas, mas nos mostrou que no meio de nossos problemas o Senhor Jesus, sempre está conosco. No meu livro ( ainda no prelo ) UM PÉ DE ALFACE, QUANTA DIFERENÇA FAZ, eu descrevo detalhes de antes e depois deste fim de tarde, não fosse o pé de alface, seria um fim de tarde como os anteriores, sem graça, sofrível, e muito escuro.

Abraço e bênção.